Momento de celebração marcou Encontro
Estadual dos catadores(as) gaúchos(as)
Aconteceu em Santa Cruz do Sul/RS a cerimônia de entrega de caminhões e
certificados do curso de formação.
Na manhã do
dia 18 de outubro, o auditório central da Universidade de Santa Cruz do Sul/UNISC
aos poucos foi se enchendo de alegria, vinda de todos os cantos do estado do Rio
Grande do Sul. Alegria essa provinda de dentro dos corações dos mais de 300
catadores e catadoras que realizaram seu Encontro Estadual para celebrar
conquistas e reafirmar suas bandeiras de luta.
A mesa de
abertura, composta por diversas autoridades, tais como o presidente da Fundação
do Banco do Brasil, Jorge Streidt, o secretário Executivo da Fundação Luterana
de Diaconia, Carlos Gilberto Bock, o representante da Secretaria Estadual do
Meio Ambiente, Luis Henrique, o vice-prefeito de Santa Cruz do Sul, Luís Costa,
a pró-reitora de Extensão e Relações Comunitárias da Unisc, Ana Luisa Teixeira
Menezes, o representante do Fórum de Ação pela Coleta Solidária e Reciclagem em
Santa Cruz do Sul, José Antonio Schimitz, o superintendente estadual da Funasa,
Gustavo de Mello , entre outros. Todos expressaram-se se comprometendo em
manter o trabalho de apoio aos catadores(as) em seus mais diversos locais de trabalho. “É um momento histórico
para nós, pois estamos mostrando que através da organização e da luta podemos
ter conquistas e melhorias em nossas vidas”, comentou Ângela Maria Nunes,
catadora há oito anos na Cooperativa dos Catadores de Santa Cruz do
Sul/COOMCAT.
Na oportunidade,
aconteceu a entrega de cinco caminhões e o repasse simbólico das chaves de
outros onze, totalizando assim um investimento de dezesseis caminhões às cooperativas
do Rio Grande do Sul. Adquiridos por meio do projeto Cataforte II - Logística
Solidária -, cinco serão para a Rede Cooarlas (Cooperativa de Reciclagem Amigos
Solidários de Canoas); cinco para a Rede Coomcat (Cooperativa dos Catadores e
Recicladores de Santa Cruz
do Sul e região);
cinco para a Rede Cootracar (Cooperativa de Catadores e Carroceiros de
Materiais Recicláveis, Industrialização e Comercialização de Gravataí e região)
e um para a Rede Uniciclar (Cooperativa de Recicladores e Catadores do
Município de São Leopoldo). É importante ressaltar que cada Rede é composta por
diversas cooperativas.
Representantes
de cerca de mil catadores(as) de todas as regiões do estado do Rio Grande do Sul receberam os diplomas do curso de formação do Projeto
Cataforte II. Este conhecimento veio para fortalecer a consciência de classe de
toda a companheirada, além de ajudar na organização das bases.
No período da
tarde foram realizadas diversas oficinas temáticas, tais como logística
reversa, nova lei do cooperativismo, gênero, o papel dos apoiadores, alternativas
à incineração, entre outras, movimentando assim os participantes. “Este foi um
dos diferenciais deste encontro, a gente precisa ter o conhecimento para poder
transformar a realidade, para saber o que realmente está acontecendo, fazendo
com que os companheiros falem a mesma língua e saibam dialogar com a sociedade”
comentou a catadora Maria Tugira, militante do MNCR.
Logística reversa e Coleta Seletiva
Solidária pautada pela força das ruas
Após a
Plenária Final do encontro, catadores e catadoras tomaram as ruas de Santa Cruz
do Sul, para compartilhar com toda a comunidade esta conquista. Também pediram o
apoio da população na implementação da Coleta Seletiva Solidária que será
realizada no município pela COOMCAT. “Este projeto só foi possível de se
concretizar pela mobilização social que construímos na cidade, e agora é hora
de mostrar que temos como consolidar esta experiência” enfatizou Grazyela
Soares de Mello, militante do MNCR e integrante da COOMCAT.
O sol já se
punha na capital internacional do fumo, quando a caminhada dos catadores(as) se
dirigiu até a fábrica da Philip Morris do Brasil, localizada no centro da
cidade. “Realizamos um ato simbólico nesta fumageira que é uma grande geradora,
para que ela faça uma opção de cumprir a logística reversa com os catadores. Agora
com os caminhões temos estas condições” comentou Fagner Antonio Jandrey,
Coordenador da Coomcat e militante do MNCR.
Um protocolo
de intenções foi entregue aos diretores da empresa que receberam a comissão de
negociação do MNCR. “Os diretores se mostraram sensíveis para iniciar um diálogo
de contratação da cooperativa para prestar este serviço” ressaltou a advogada
do MNCR, Paula Garcez Correa da Silva. Segundo um dos diretores da empresa, Edson
Ferreira da Silva, agora o protocolo seguirá até o setor de assuntos
corporativos para que possa ser avaliado e dado o prosseguimento a negociação.
Já era noite
quando a comissão de negociação foi saudada pela manifestação ao sair de dentro
da Fábrica com os esperados informes. Neste
espírito de luta e solidariedade foi encerrada a mobilização. Cada catadora e
catador, assim como seus apoiadores
regressaram para suas cidades, casas e famílias com o sentimento de
alegria e esperança por melhores dias. Dias de conquista e de luta.
Fonte:
assessoria de comunicação MNCR/RS
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