Acidentes - cavalos soltos - trânsito perigoso
Ao lado das carroças passam intermináveis filas de automóveis, com força equivalente a dezenas, ou centenas, de cavalos ou HPs (horse power) - enfim, máquinas insensíveis que desconhecem o cansaço e as rotinas estressantes que esses animais enfrentam.
Em muitas cidades a lei não permite circular com carroça no perímetro urbano. Mas não há fiscalização e poucos sabem da lei para denunciar. E os carroceiros a infringem normalmente. São inúmeros (e bárbaros) os casos de violências e assassinato de eqüinos pelos próprios tutores.
O abandono de cavalos tem um agravante, também gerado pelo porte físico, que é o risco de provocar graves acidentes quando invadem rodovias movimentadas. Os danos são sempre maiores.
“Fomos chamados às 2h da madrugada do dia 10 pela Polícia Rodoviária Estadual para socorrer um cavalo atropelado na RS-020, em Gravataí/RS. Depois de exaustivamente tentar atendimento na Prefeitura Municipal de Gravataí, sem sucesso, e pelo sofrimento do animal, a PRE optou por nos ligar”, relata a presidente da ONG Chicote Nunca Mais, Fair Soares. Haviam diversos cavalos soltos na pista, o que culminou com um atropelamento. O animal teve politraumatismo e fratura de crânio, com lesão encéfalica.
“Tentamos os veterinários da Vigilância Sanitária, Departamento de Trânsito e Fundação do Meio Ambiente, sem nada conseguir. A Marcia foi para o local assim que recebeu o chamado, e encontrou o eqüino com muita dor e gemendo muito”, explica Fair. Foi convocado então o veterinário da Chicote, Franciso Gusso, que eutanásiou o animal depois de sedação, conforme protocolo humanizado.
O acidente quase vitimou a esposa do condutor do veículo envolvido, que estava na carrona. “Em Gravataí são atropelados pelo menos dois cavalos por dia. É muito grande o número de animais soltos ao longo das rodovias – tanto na RS-020 quanto na RS-118, que estão cheias de vilas de carroceiros. Caso não haja uma intervenção séria e firme do Executivo, em breve teremos mais vítimas. Não só animais, que não sabem se cuidar, mas também pessoas que estão nos veículos. Fica aqui registrado o alerta”, avisa Fair Soares.
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