domingo, 29 de julho de 2012

CAVALOS X CATADORES



CATADORES, SEM CONDIÇÕES FINANCEIRAS, JÁ ESTÃO À MARGEM DA SOCIEDADE. QUANDO USAM A CARROÇA COM CAVALO SE SENTEM AINDA MAIS REJEITADOS PELO SISTEMA.



"Os carroceiros estão no limite da pobreza, moram em casas muito simples, vivem à margem da sociedade, em condições precárias. Têm um histórico de despreparo educacional, de doenças, de violência. Agredidos por um desumano sistema econômico, se sentindo excluídos brutalizam também a família, além dos animais.

Não podemos defender uma profissão que não eleva a pessoa à condição de cidadão.

Carroças na rua evidenciam o fracasso social. Existem indivíduos, com seus inúmeros filhos, que são carroceiros há muitos anos e continuam vivendo na mesma situação de subemprego e miséria. Então, se mal têm para si, como podem cuidar de um animal de grande porte? Como é que fica a situação desse ser que é tutelado pelo Estado e tem direitos garantidos por lei?

Ser indiferente e cruel para com os animais acostuma o nosso olhar e resvala na indiferença e crueldade para com os homens. A exploração não atinge apenas o cavalo usado para tração, mas também o carroceiro (cujo papel está sendo assumido, cada vez mais, por mulheres e crianças), pois dele passam longe os mais elementares direitos trabalhistas.
Ainda infringem o Estatuto da Criança e do Adolescente e as leis de trânsito ao colocarem menores trabalhando, conduzindo carroças pela cidade. Muitos deles levam os filhos para ajudar na coleta, mas a atitude não está de acordo com as normas do Conselho Tutelar.

O mais lógico é cadastrar e organizar esses catadores informais em associações ou cooperativas, em usinas de processamento de lixo, com veículos que não usam tração animal, remuneração, direitos assegurados e formação educacional profissionalizante. Enfim, eliminar, limitar ou regulamentar atividades que atentem contra a dignidade dos homens e das outras espécies é uma conduta generosa e dever de sociedades ditas civilizadas."

Fonte:  ULA - União Libertária Animal

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