domingo, 19 de agosto de 2012

CORRIDA DE CHARRETES

Exploração/Canadá


Após morte de três cavalos, ativistas pedem o fim do uso de animais no Calgary Stampede

23 de julho de 2012 às 6:00

Por Alicia Graef (Care2)
Tradução: Patrícia Tai (da Redação)
Foto: Care2
A morte de três cavalos no evento canadense Calgary Stampede, um rodeio que dura 10 dias e que tem o intuito de criar uma atmosfera de “Velho Oeste”, causou a indignação de defensores de animais que clamam pela proibição de corridas de charretes.
O acidente que ocasionou as mortes aconteceu recentemente, quando um cavalo líder, que ficava à frente dos outros, vacilou na reta oposta da corrida e caiu, derrubando juntamente com ele outros três cavalos e a charrete, o que também causou uma colisão com um dos batedores.
O cavalo líder morreu na hora; outros dois tiveram que ser eutanasiados na própria pista devido a graves lesões, e um quarto cavalo precisou de uma cirurgia. A necrópsia no cavalo líder revelou que a causa da morte foi a ruptura de uma artéria aorta próxima ao rim, de acordo com um comunicado à Imprensa.
“Esta é uma condição pré-existente e indetectável em animais, sendo que a artéria poderia ter rompido a qualquer momento do exercício,” explica o veterinário Dr. Evans. “A condição é um enfraquecimento na parede de um vaso da artéria aorta – que é a principal condutora do coração. Esta área enfraquecida pode romper e o cavalo, em seguida, tem um sangramento interno. A ruptura ocorreu no abdômen, o que explica a fraqueza dos membros posteriores observada no cavalo antes do colapso”.
O incidente gerou protestos por parte de grupos defensores de animais, que exigem o fim das corridas. “Isso sempre me choca e me deixa irado…vejo que, após 100 anos dessa prática, eles continuam afirmando que não podem evitar as mortes”, disse Michael Alvarez-Toye, da Coalisão de Direitos Animais de Calgary.
Michael disse que o grupo organizou um protesto para “marcar a ocasião do aniversário de 100 anos do Calgary Stampede, 100 anos de atos cruéis e insensíveis perpetrados contra os animais”.
Tristemente, essa tragédia vem semanas após o anúncio de melhorias que foram feitas após seis cavalos terem morrido no evento de 2010. Ao todo, 50 cavalos morreram desde 1986.
O evento começou um programa de aptidão para competir, o que aumentou as inspeções veterinárias antes e após as corridas, como também as pausas entre os eventos, e reduziu o número de batedores de quatro para dois em cada vagão para haver mais espaço na pista, mas não ajudou a proteger os cavalos.
“As melhorias de segurança que foram tão divulgadas, de fato, falharam”, disse Peter Fricker, um porta-voz da ONG Humane Society de Vancouver, que apóia a proibição. “Os cavalos continuam a morrer desnecessariamente. Isto tem de parar”.
De acordo com um comunicado, o Stampede estará usando os resultados da necrópsia para fazer melhorias.
“Hoje, na medicina veterinária, há uma grande pressão para que as decisões sejam tomadas baseadas em evidências”, disse Evans. “Queremos fortes dados científicos”, complementa.
Talvez, hoje em dia, cavalos que continuam a ter ataques cardíacos, caindo mortos e colidindo-se uns com os outros representam toda a evidência de que precisamos para parar de andar em círculos investigando enigmas “incompreensíveis” – que de incompreensíveis não têm nada – e apenas resolver o problema, que é acabar de vez com corridas de cavalos, sejam elas usando charretes ou não, assim como parar de utilizá-los em quaisquer eventos para nosso suposto entretenimento.

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